COMO LIDAR COM AS CRISES

18-09-2021 11:11

Existem diversos tipos de crises que temos que enfrentar em nossa existência: Crises existenciais propriamente ditas, aquelas oriundas de nosso dia a dia; crises institucionais (na família, na ordem social, nos sistemas políticos, etc.); crises pessoais, aquelas que afetam a nós e nossos relacionamentos; crises de natureza vocacional, aquelas que afetam nosso trabalho, nosso chamado, nossa vida com Deus; e crises conjunturais, isto é, aquela que contém todas e ou as mais variadas crises. Diante das crises que temos enfrentado, queremos meditar nas crises de Habacuque, profeta de Deus, e como ele lidou com elas. 

1. Por que Deus permite a continuidade do mal?

  • Crise nº 1

“Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás? Por que me mostras a iniquidade e me fazes ver a opressão? Pois a destruição e a violência estão diante de mim; há contendas, e o litígio se suscita. Por esta causa, a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta, porque o perverso cerca o justo, a justiça é torcida.” (Habacuque 1.2-4).

Ao observar a situação do povo de Judá em seus dias, destruição e violências, contendas e litígios entre os povos judeus, opressão, frouxidão moral, etc. Habacuque viu sua condição de enviado de Deus para aquela situação comprometida, ai ele entra em crise: “Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não escutarás?  Por que me mostra a iniquidade e me fazes ver a opressão?  Ao ver os males de nossos dias, quando a violência recrudesce, a maldade prospera, a imoralidade campeia as instituições (família, igreja e Estado) abaladas, um sistema iníquo propõe a anarquia e a desordem, a corrupção se alastra, os meios de comunicação estão pervertidos, a verdade é questionada, etc. 

Podemos ficar inertes, alheios a tudo isso? 

Não devemos entrar em crise e buscar a Deus, para que Ele intervenha e julgue este estado das coisas? A resposta de Deus a Habacuque é paradigmática (Hc 1.3-11), Deus haveria de suscitar uma nação poderosa e iníqua para julgar Judá. Isto quer dizer que Deus pode usar quem Ele quiser como instrumento de juízo.

2. Por que Deus vai usar uma nação ímpia para punir Judá?

  • Crise nº 2


 

“Não és tu desde a eternidade, ó SENHOR, meu Deus, ó meu Santo? Não morreremos. Ó SENHOR, para executar juízo, puseste aquele povo; tu, ó Rocha, o fundaste para servir de disciplina. Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes contemplar; por que, pois, toleras os que procedem perfidamente e te calas quando o perverso devora aquele que é mais justo do que ele? Por que fazes os homens como os peixes do mar, como os répteis, que não têm quem os governe? A todos levanta o inimigo com o anzol, pesca-os de arrastão e os ajunta na sua rede varredoura; por isso, ele se alegra e se regozija. Por isso, oferece sacrifício à sua rede e queima incenso à sua varredoura; porque por elas enriqueceu a sua porção, e tem gordura a sua comida. Acaso, continuará, por isso, esvaziando a sua rede e matando sem piedade os povos? Pôr-me-ei na minha torre de vigia, colocar-me-ei sobre a fortaleza e vigiarei para ver o que Deus me dirá e que resposta eu terei à minha queixa. O SENHOR me respondeu e disse: Escreve a visão, grava-a sobre tábuas, para que a possa ler até quem passa correndo. Porque a visão ainda está para cumprir-se no tempo determinado, mas se apressa para o fim e não falhará; se tardar, espera-o, porque, certamente, virá, não tardará. Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o justo viverá pela sua fé.” (Habacuque 1.12 a 2.4).

 

Habacuque tinha agora uma crise de natureza teológica. “... O Senhor, para executar juízo puseste aquele povo, ó Rocha, o fundaste para servir de disciplina...” A questão de Habacuque é feita por nós quando nos vemos oprimidos por pessoas menos justas que nós, e parece que Deus não está se importando com isso. A atitude de Habacuque sugere uma maneira de resolver a crise:

Oração:

“Pôr-me-ei na minha torre de vigia, colocar-me-ei sobre a fortaleza e vigiarei para ver o que Deus me dirá, e que resposta terei à minha queixa” (Hc  2.1). A resposta de Deus nos dá uma pista de mais uma forma de lidar com a crise.

Visão:

“Escreve a visão grava sobre tábuas para que a possa ler até aquele que passa correndo” (Hc 2.2). Nem de longe, as vezes temos ideia que somos a solução de Deus para a crise. Habacuque fora enviado para aquela situação para ser justamente a resposta de Deus, o modelo, o padrão de vida e conduta. A visão de Deus precisava ser estabelecida no caos, na escuridão, em meio as trevas espirituais de Judá. Esta deve ser a nossa percepção como igreja “Ser luz nas trevas” (Mt 5.14). Visão não é alguma coisa que acontece automaticamente: “Porque a visão ainda está por cumprir-se no seu determinado tempo, mas apressa-se para o fim, e não falhará, se tardar espera-o porque certamente virá, não tardará.” (Hc 2.3). Em 2ª Pe 3.12, lemos esperando e apressando, Deus tem seu tempo certo da visão se cumprir, mas este tempo não é cronológico, mas “Kairós” , isto é, tempo de Deus. Refletindo sobre o que Deus lhe falara, Habacuque fornece o terceiro ingrediente para lidar com a crise.

Fé:

Certamente ele se inclui entre aqueles à quem se refere como soberbos (Vs 4), mas agora em sua renovada experiência com Deus, ele conclui: “O justo viverá por sua fé.”  Agora ele sabe como se comportar diante das crises tanto que em suas palavras finais ele expressa esta verdade na forma de um cântico: “ Ainda que a figueira não floresça nem haja fruto na vide, o produto da oliveira minta e os campos não produzam mantimento, as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco e nos currais não haja gado, todavia eu me alegro no Senhor, exulto no Deus de minha salvação. O Senhor Deus é a minha fortaleza e faz os meus pés andar altaneiramente.” (Hc 3.17-19).

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